10 de agosto de 2011

A cajuína cristalina em... em?




Eu acho tão "bonito" o apelo do povo pró-cajuína esses dias! Isso por que a coca cola usou seu domínio econômico (como eles falam) e produziu o “Crush Cajuína” um refrigerante de caju, fruta típica do nordeste brasileiro. Eles alegam que por a cajuína ser um patrimônio cultural piauiense não deveria está sucumbindo ao domínio mercadológico da empresa Coca Cola que agora poderá expandir o nome do caju pra onde bem entender e ficam com muito blá blá blá blá. Muita hipocrisia!

Eu queria saber quem deles tomou duas cajuínas no ultimo mês? Quem no domingo passado no almoço de família comprou uma cajuína de 2L? Em quantas fotos de aniversário tem uma cajuína ao lado do bolo? Se fossem pelo menos iguais aos maranhenses que amam e idolatram o guaraná Jesus eu até os apoiaria, mas não! Muitos tomaram poucas vezes um copo de cajuína e agora ficam com historinha no Facebook.

Pode ser ingenuidade minha; mas eu achei foi bom! O piauiense não costuma dar valor pra o que nosso o que é da terra. Parece que só é bom o que vem de fora! Não deram valor pra dança do boi, pros cerrados do sul do estado e agora querem defender a doce cajuína. Eu sei que pela sua geladeira já passou mais Tubarel e Kero Cola que cajuína viu!

A cajuína tai há anos e ninguém deu o valor, foi preciso um baiano compor uma canção que leva o nome da bebida e da sua terra de origem pra que muitas pessoas passassem a reconhecer a bebida como algo Piauiense. E pra finalizar um pequeno detalhe; quem mais se beneficia com o caju e a cajuína em termos econômicos é o estado do Ceará! Agora fica um bocado de gente chorando pelo caju derramando que nunca tomaram e agora o querem!


Abraços...




30 de maio de 2011

Ainda não


Nos últimos dias muito se fala na legalização da maconha; no meu ponto de vista... no Brasil ainda não estamos preparados para isso.

1- nos somos muito mal educados, não respeitamos nem o pedestre quando este quer atravessar a faixa... como vamos deixar essa galera fumar um baseado?

2- muito dos que são a favor acredito que muito deles devem ficar é calado, na deles... Por que tanto faz se vai ser legalizada ou não! Vão continuar fumando mesmo. Então porque ficar se estressando nessas discussões?

3- outra parte que se diz a favor, só tão pensando no lucro, pois ia ser uma fonte de renda pra um bocado de "agropop-pecuarista”... ora, não esquecemos, somos tradicionalmente agropecuaristas elitista desde o nosso passado bem,bem, bem antigo. Mais uma vez só eles que iriam se beneficiar...veja só o código florestal, só a elite agrária que se dá bem.

Enfim, vamos nos educar pra depois falar em legalização ou regulamentação da cannabis, tanta coisa mais importante... saúde publica que é um caos por exemplo e merece mais atenção no momento e também porque muitas pessoas usam ela para se defenderem contra a legalização.

Obs.: sem apologia, fuma quem quer, quando quer. Acredito que sou 49% a favor da legalização, mas que num futuro (uns 10 anos) eu passe a ser 51% a favor, só que hoje NÃO!


Abraços...

19 de maio de 2011

Anomia educacional




Até quando vamos ficar culpando o(s) Governo(s) por tudo de ruim que nós fazemos ou deixamos de fazer, e pelo o que nos falta? Vamos chegar ao séc XXX dependendo de políticas assistencialistas falsas que só contribuem para estratificação da pobreza e do nosso próprio intelecto?  “bom mesmo é o bolsa família”. Vamos ficar culpando o Governo pela nossa falta de educação, de cultura e de consciência política? “se essa é a intenção”. Não vejo ninguém fazer nada para mudar esse panorama, o que eu sei é que a falta de educação no país é estrutural e quando falo de educação não é só a educação de matemática, gramática, biologia, sociologia e etc. e sim a educação da gentileza, da cooperação, do respeito e da consciência.

Não estou dizendo que o Governo não tem culpa e sim que nós também somos culpados pela nossa falta de astúcia e pela sobra de desleixo a respeito da educação. Não sou do tipo que fica falando “ah o país não vai pra frente porque o Governo não faz uma estrutura legal nas escolas publicas e por isso os alunos delas não aprendem, ou, com professores tão ruins a escola publica é o que é esse lixo!” não eu não abro a boca pra falar isso e sabe o por quê? Porque eu sei que muitos alunos da rede privada não levam a educação a serio do mesmo jeito que alunos da rede publica. Por isso é que falo que temos que parar de jogar a culpa só no Governo. Todos nos sabemos que muitos dos nossos representantes, realmente não têm interesse de que criemos um estado intelectual, letrado e consciente; e ai? Só por isso vamos ficar culpando eles pelo resto de nossas vidas?

Enfim precisamos é sair da nossa anomia educacional e parar de depender do paternalismo do estado e botar nas nossas cabeças que a culpa por qualquer fracasso nosso, 99% é culpa de nós mesmos.

Abraços...

15 de abril de 2011

Até quando ?

Não vou falar muito...



                                                           Bota um Chip Na Minha Pica
                                                                  Perereca Pisca
                                                           Desce com a mão no tabaco  





                                                             Ligar pro Boi, oioioioi
                                                                 aiaiuiuiui aiaiuiuiui



9 de abril de 2011

Cachimbo da Paz



Continuando a seqüência de MÚSICA do Gabriel o Pensador, hoje vou postar uma que é muito boa, traz na letra uma questão bastante relevante, que a legalização da maconha, porém não se segura apenas a este assunto, mas também a nomeação de qualquer um pra alguns cargos muitas vezes pessoas até despreparadas (apadrinhamento), a quantidade de vicio que se tem numa sociedade, mostra o quanto nosso sistema carcerário é horrível e que precisa urgentemente de melhora; enfim uma música tensa, boa e super atual... Se deleitem! 



Cachimbo da Paz

A criminalidade toma conta da cidade a sociedade põe a culpa nas autoridades, um cacique oficial viajou pro Pantanal porque aqui a violência tá demais e lá encontrou um velho índio que usava um fio dental e fumava um cachimbo da paz, o presidente deu um tapa no cachimbo e na hora de voltar pra capital ficou com preguiça;Trocou seu paletó pelo fio dental e nomeou o velho índio pra ministro da justiça e o novo ministro chegando na cidade, achou aquela tribo violenta demais, viu que todo cara-pálida vivia atrás das grades e chamou a TV e os jornais e disse: "Índio chegou trazendo novidade Índio trouxe o cachimbo da paz”. Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta dizem que é do bom, dizem que não presta querem proibir, querem liberar e a polêmica chegou até o congresso tudo isso deve ser pra evitar a concorrência porque não é Hollywood, mas é o sucesso.

O cachimbo da paz deixou o povo mais tranqüilo, mas o fumo acabou porque só tinha oitenta quilos e o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva e prometeu voltar com uma tonelada; Só que quando ele voltou "sujou"! A polícia federal preparou uma cilada"O cachimbo da paz foi proibido, entra na caçamba vagabundo! Vamô pra DP! Ê êê! Índio tá fudido porque lá o pau vai comer. Na delegacia só tinha viciado e delinqüente cada um com um vício e um caso diferente, um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele não vendia pinga fiado, um senhor bebeu uísque demais, acordou com um travesti e assassinou o coitado, um viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a aposta e ela foi seqüestrada, era tanta ocorrência, tanta violência que o índio não tava entendendo nada. Ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento e acendeu um "da paz" pra relaxar, mas quando foi dar um tapinha levou um tapão violento e um chute naquele lugar foi mandado pro presídio e no caminho assistiu um acidente provocado por excesso de cerveja: Uma jovem que bebeu demais atropelou um padre e os noivos na porta da igreja e pro índio nada mais faz sentido com tantas drogas porque só o seu cachimbo é proibido?

Na penitenciária o "índio fora da lei” conheceu os criminosos de verdade; entrando, saindo e voltando cada vez mais perigosos pra sociedade, aí, cumpádi, tá rolando um sorteio na prisão pra reduzir a super lotação, todo mês alguns presos tem que ser executados e o índio dessa vez foi um dos sorteados e tentou acalmar os outros presos: "Peraí..., vamo fumar um cachimbinho da paz" Eles começaram a rir e espancaram o velho índio até não poder mais e antes de morrer ele pensou:

"Essa tribo é atrasada demais...
Eles querem acabar com a violência,
mas a paz é contra a lei e a lei é contra a paz"

E o cachimbo do índio continua proibido, mas se você quer comprar é mais fácil que pão; Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram o velho índio na prisão.





obs.: SEM DEMAGOGIA!


Abraços...

7 de abril de 2011

Pátria que me pariu!

Já tem um tempinho que eu escuto Gabriel o Pensador, o cara é fera! Amarro-me no som dele e resolvi postar uma música do cara, ai pra galera. Boto uma hoje, amanhã boto outras e assim “substantivamente” hehehe. 

Gente PLEASE, leia e escute! Por mais que alguns tenham dificuldade de saber ouvir algo bom e pensem que a “Mulher Maravilha” e “ligar pro boi cinco da manhã” que seja música.




Pátria que me pariu!

Quem foi a Pátria que me pariu!?
Uma prostituta, chamada Brasil se esqueceu de tomar a pílula,
e abarriga cresceu
Um bebê não estava nos planos dessa pobre meretriz de dezessete anos
Um aborto era uma fortuna e ela sem dinheiro
Teve que tentar fazer um aborto caseiro
Tomou remédio, tomou cachaça, tomou purgante
Mas a gravidez era cada vez mais flagrante
Aquele filho era pior que uma lombriga
E ela pediu prum mendigo esmurrar sua barriga
E a cada chute que levava o moleque revidava lá de dentro
Aprendeu a ser um feto violento
Um feto forte escapou da morte
Não se sabe se foi muito azar ou muita sorte
Mais nove meses depois foi encontrado, com fome e com frio,
Abandonado num terreno baldio.
Pátria que me pariu!
Quem foi a pátria que me pariu!?
A criança é a cara dos pais mais não tem pai nem mãe
Então qual é a cara da criança?
A cara do perdão ou da vingança?
Será a cara do desespero ou da esperança?
Num futuro melhor, um emprego, um lar
Sinal vermelho, não da tempo prá sonhar
Vendendo bala, chiclete...
"Num fecha o vidro que eu num sou pivete
Eu não vou virar ladrão se você me der um leite, um pão, um vídeo game e uma televisão, uma chuteira e uma camisa do mengão.
Pra eu jogar na seleção, que nem o Ronaldinho
Vou pra copa vou pra Europa..."
Coitadinho!
Acorda moleque! Cê num tem futuro!
Seu time não tem nada a perder
E o jogo é duro! Você não tem defesa, então ataca!
Pra não sair de maca!
Chega de bancar o babaca!
Eu não aguento mais dar murro em ponta de faca
E tudo o que eu tenho é uma faca na mão
Agora eu quero o queijo. Cade?
To cansado de apanhar. Tá na hora de bater!
Pátria que me pariu!
Quem foi a pátria que me pariu!?
Mostra tua cara, moleque! Devia tá na escola
Mas tá cheirando cola, fumando um beck
Vendendo brizola e crack
Nunca joga bola mais tá sempre no ataque
Pistola na mão, moleque sangue bom
E melhor correr que lá vem o camburão
É matar ou morrer! São quatro contra um!
Eu me rendo! Bum! Clá! Clá! Bum! Bum! Bum!
Boi ,boi, boi da cara preta pega essa criança com um tiro de escopeta
Calibre doze na cara do Brasil
Idade catorze, estado civil morto
Demorou, mais a pátria mãe gentil conseguiu realizar o aborto.
Pátria que me pariu
Quem foi a Pátria que me pariu?




Abraços...



30 de março de 2011

Luta injusta, mas satisfatória

 Quando a morte chama é difícil vencê-la; alguns de nós só vemos a danada uma vez e é letal, vemos, nos despedimos de quem estar próximo e nos deixamos levar por ela.

Mas tem umas pessoas que tentam adiar a partida e brigam diretamente com a morte, uma briga muito injusta, não conheço ninguém que tenha vencido; o máximo que vi foi um adiamento... no fim sempre perdemos, na literatura conheço o caso da destemida e sortuda Liesel Meminger, que se deparou com esta danada e não se deixou levar, mas no fim a morte conseguirá, tanto que não leremos “a menina que roubava livro 2”.

Agora temos um danado que foi guerreiro, 17 rounds, isso 17! O cara lutou por dezessete vezes contra a morte, foi de encher os olhos de lagrimas ver a luta do senhor José Alencar contra a morte, cada round o cara ia feliz pra tentar combatê-la, muito nobre esta luta, mas é como eu falei uma hora ela vence! E assim foi; ontem este senhor não conseguiu sair vitorioso de mais uma batalha e perdeu, mas o cara mostrou que é bem interessante lutar contra essa danada e que todos nos temos que fazer como ele... Socá-la, chutá-la e dizer não vou quantas vezes for preciso, mesmo sabendo que não podemos vencê-la, mas temos de lutar por mais um suspiro, mesmo que injustamente e não nos entregarmos de cara.

Vá em paz Senhor José de Alencar.




Abraços...

13 de março de 2011

Café sociológico

Esta semana assisti ao filme baseado na vida da Bruna surfistinha, e fiquei super satisfeito com a produção do filme, simplesmente um filme de boa qualidade, mas o melhor não é ficar falando do filme em si, nem entendo muito disso, mas sim da parte do café sociológico apresentado nele.

Logo após assistir o filme fiquei na minha relembrando das minhas aulas de iniciação sociológica, quando meu professor aparecia com temas para serem abordados em sala de aula. Temas esses que foram recaindo sobre mim durante o filme e vendo o quanto estamos cercados por todo tipo de interação social.

O filme mostra o quanto é importante a presença da família na nossa construção social, o quanto estamos sujeitos a tipos de amizades, a construída sobre pedra (Gabi) e a construída sobre terra (Carol). Temas que mostram que pra se tornar algo não precisamos trilhar o mesmo percurso, ou seja, uma prostituta não simplesmente uma prostituta porque passa fome ou porque quer; vemos também os altos e baixos da nossa vida, um dia estamos por cima gozando de todos os privilégios que nos é oferecido e no outro dia estamos a padecer por coisas supérfluas. Ali também tem temas que estão mais na moda atualmente como o bullyning, por mais que não seja essa a intenção e nem que esteja abordado com mais ênfase no filme, mas está lá! E o do uso de drogas, o quanto esse vicio nos leva a queda ao fundo do poço o quanto ele é devastador o que ele nos leva a fazer pra podermos alimentá-lo, roubo e prostituição.

Enfim o filme é um convite a um café sociológico, regado de assuntos importantes para serem debatidos e analisados por todos nos, quem for assistir vá sem preconceito e sem estigma e tente absorver algo bom do filme que são esses temas e se prepare para não julgar as pessoas sem conhecer os motivos que as levam a ser o que são.  






Abraços...

4 de março de 2011

Os Josés

José um dos nomes mais corriqueiros do Brasil, família que não possui um José é algo raro; sempre tem um tio, avô, primo, irmão, seja lá o que for temos um José. Falando em José não é novidade para ninguém que passeie por este blog saber que sou critico ferrenho de um tal José; um que é presidente do senado, que já está há mais de cinqüenta anos no meio político, que só não é dono do maranhão porque não passaram a escritura para ele, enfim um sujeito que todo brasileiro que se preze deve conhecer a "bela" e "honesta" história deste senhor.

Hoje resolvi escrever um pouco a respeito dos Josés porque esta semana conheci um novo José que do José mais conhecido só leva o José e o fato de ser político, mas com certa diferença, enquanto o José Sarney fala há décadas de reforma política e nada mostra no papel esse José mais novo surpreendeu todos os brasileiros no inicio do seu mandato como deputado federal. José Reguffe (38 anos) ao assumir seu cargo fez uma serie de cortes parlamentar.  No primeiro dia de trabalho ele expediu seis ofícios à diretoria-geral da Câmara, abrindo mão do 14º e 15º salários a qual os “NOBRES” deputados, esses pobres homens que trabalham demais, têm direito; Reguffe também reduziu o número e o gasto de assessores, em vez de 25 assessores ele vai trabalhar com 9 no máximo, assim diminuindo de 60 mil reais para 45 mil os gastos com assessores. Por morar em Brasília não vai querer auxilio moradia e passagens aéreas, ou seja, com esses cortes vamos ter uma economia de 2,4 milhões de reais nos próximos quatro anos. Se tais medidas fossem seguidas pelos 513 deputados teríamos uma economia de 1,2 bilhões no mesmo período.

Enfim, Reguffe nunca falou de reforma política igual ao Sarney, mas em pouco tempo já chegou mostrando que se pode fazer política de um jeito mais nobre ou menos podre, como preferir, e acabou mostrando que a política também merece ser renovada e que o comando deve ser transferido para homens que tenham idéias novas e que não vivam no arcaísmo, sendo bajulado por pessoas que tem “rabo preso” em suas falcatruas e vamos esperar que mais Josés iguais ao Reguffe apareçam; e que José Reguffe esteja na política pra satisfazer o bem geral do povo e não apenas o seu clã.


Obs.: sem apologia


Abraços...

26 de fevereiro de 2011

Ser pai solteiro




Ser pai solteiro tem suas peculiaridades. Sábado de festa só são dois em um mês; nem marque nada com ninguém,  é voltar da aula ou do trabalho e ter uma princesa esperando você pra colocá-la pra dormir, é ter uma irmã um pai e uma mãe corujas que estão sempre ali pra ajudar você quando sua energia já esta acabando e a da Maria Cecilia ainda está alta, é chegar o sábado que ela vai passar com a mãe e a casa ficar num vazio num silencio maior do mundo, é você gostar de uma menina e ter medo de falar que já é pai e ela não querer mais você, é comer peixe que é a comida que ela mais gosta e sempre lembrar dela pedindo “pixinho papai!”, é recolher os brinquedos que estão espelhado no seu quarto e esperar segunda-feira para ela bagunçar tudo de novo...enfim são peculiaridades que me fazem perceber o quanto amo essa menina...e assim vou levando uma vida de pai solteiro.




Ser pai de uma menininha é:


. Saber que Barbie é mais sobrenome de boneca do que nome
. Fazer um curso básico de maquiagem
. Entender que a obsessão feminina por roupas e sapatos é inata.
. Saber os diferentes nomes do rosa
. Entender que as mulheres simplesmente não conseguem não seduzir
. Receber beijos carinhosos e abraços apertados sem nenhum motivo
. Começar a misturar as histórias da Branca de Neve e da Bela Adormecida
. Ser careca e ler tudo sobre cabelos cacheados.
. Encontrar bilhetinhos lindos embaixo do travesseiro e adesivos de coração grudados na TV.

Ser menina criada (também) pelo pai é:


. Amar seu time e saber de cor o hino
. Saber usar o computador e o celular desde bem cedo
. Levar revistas em quadrinhos pro banheiro e ficar lá quase meia hora
. Saber se divertir sozinha
. Saber desde sempre que gritar não é a melhor maneira de se comunicar
. Descobrir bem cedo a diferença entre meninos e meninas
. Entender que cerveja é a batata-frita dos adultos
. Não entender porque o pai, sendo careca, tem na gaveta do criado um gel.
. Saber que, existe sim, hora pra bagunça




Abraços...

16 de fevereiro de 2011

Cão! Cão! Cão!





                                                                                                         por Millôr Fernandes


Abriu a porta e viu o amigo que há tanto não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado de um cão. O cão não muito grande mas bastante forte, de raça indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou o amigo, com toda efusão. "Quanto tempo!". O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. "Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi..." "Não, foi depois, na..." "E você, casou também?" O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou pelo quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. "Quem morreu definitivamente foi o tio... você se lembra dele?" "Lembro, ora, era o que mais... não?" O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá (o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais de sua animalidade. Os dois amigos, tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi. Mas ainda ia indo, quando o dono da casa perguntou: "Não vai levar o seu cão?" "Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?"





Moral: Quando notamos certos defeitos nos amigos, devemos sempre ter uma conversa esclarecedora.


Abraços...

A má educação isola o país

                                                                                                       por Claudio de Mora Castro

A Revolução Russa propôs-se a criar o "paraíso socialista", cujo cardápio foi parido por intelectuais europeus. Na teoria, todos tinham direito a habitação, emprego, comida, escola e ópera. Mas a dieta era parca e o povão queria consumir mais. Daí a necessidade do que Churchill chamou de Cortina de Ferro, para não deixar que os russos bisbilhotassem o que consumia o mundo capitalista decadente. Para os xeretas, punições ferozes. Mas os seus líderes cometeram um erro, criaram também um estupendo sistema educativo para todos. Foi uma besteira, pois não houve maneiras de impedir um povo educado de ver o que acontecia do lado de fora. O resultado foi a estrepitosa queda do Muro de Berlim.

Os governantes brasileiros fizeram muito melhor. Abriram tudo, viaja-se à vontade. Mas não cometeram o erro dos russos. A garantia de isolamento do país está em uma educação de péssima qualidade e a conta-gotas. Assim nasceu uma Cortina de Burrice, muito mais eficaz, pois somos um país isolado do resto do mundo. Os que se aventuram ao exterior vão à Disneylândia, um mero parque de diversões, ou a Miami, uma sucursal do Brasil.

Há pouco, em uma universidade de elite, pedi que levantassem as mãos os que confortavelmente liam inglês. Não vi nem um quinto das mãos do auditório. Eis a Cortina de Burrice em ação! Na Europa, a mesma pergunta levantaria todas as mãos. Os europeus passaram do bilinguismo para o trilinguismo. Na Islândia, são quatro idiomas. E o nosso controlador de voo que não sabia inglês!

Nossas universidades estão fora das listas das melhores, resultado da Cortina de Burrice, pois perdem pontos nos quesitos de internacionalização. Nas europeias, muitos cursos são oferecidos em inglês. Conheci um sueco que fez seu doutorado em Estocolmo, há quatro décadas. Quando entregou o primeiro trabalho, no seu idioma, foi interpelado pelo professor: "O senhor não terá futuro acadêmico, se continuar a escrever nesta língua!". Visitei a fábrica Seiko (japonesa) na China. A língua oficial era o inglês. O mesmo em Toulouse, na fábrica do Airbus.

O resultado do nosso isolamento é uma indústria provinciana que não toma conhecimento dos avanços alhures. Há esforços heroicos, como uma construtora brasileira que comprou uma empresa no Canadá, para mandar estagiar seus engenheiros. Assim veriam como se constrói lá. Mas é a exceção.

Ao lermos as descrições feitas por viajantes estrangeiros que passaram pelo Brasil, constatamos o primitivismo da nossa sociedade. Se a corte permanecia tosca, o interiorzão estava ainda mais distante do progresso social acumulado pela Europa, em 2 000 anos. Progredimos muito desde então. Mas as cicatrizes do atraso estão por todos os lados. Limitemo-nos a olhar os valores que a civilização ocidental amadureceu, em meio a guerras, perseguições e sangue. O que pode aprender um jovem que vai ao Primeiro Mundo, a fim de conviver com o povo, não com o guia nem com o motorista do ônibus do pacote turístico? Vejamos:

• O valor do futuro, de pensar no amanhã, ao invés do hoje (a essência da sustentabilidade do meio ambiente).

• O sentido de economia, de não esbanjar, de não se exibir, à custa do magro orçamento.

• O hábito automático de cumprir o prometido (um amigo tenista, no Rio, não encontrou os parceiros combinados para o dia seguinte. Em Washington, estavam lá para o compromisso combinado três semanas antes).

• Trabalho manual não é humilhante. Usar as mãos educa.

• Cumprir a lei, branda ou dura. Uma vez aprovada, é para valer.

• Respeito pelo próximo, no trânsito, no silêncio e em tudo o mais.

• Segurança pessoal (deixar o carro em um ermo e encontrá-lo ileso, no dia seguinte).

• Quem vigia tudo é a sociedade, mais do que a polícia.

• Profissionalismo. Há uma maneira melhor de fazer as coisas. O profissional a conhece e a aplica.

Desdenhamos tal herança e macaqueamos hábitos cretinos e modas tolas. Agora temos "delivery" de pizza e "sales" com preços imperdíveis. Importamos o crack, as tatuagens, o Big Brother e, de repente, saímos todos com uma garrafa de água mineral na mão, para socorrer uma súbita e fatal crise de sede, no quarteirão seguinte. Pelo menos as senhoras elegantes do Rio já não usam mais casacos de pele nas recepções.


* Claudio de Moura Castro é economista 

15 de fevereiro de 2011

Mubarak cai e o povo vence


Já faz algum tempo que venho defendendo a revolução pro democracia e contra o governo ditatorial de Mubarak no Egito e felizmente a população saiu vitoriosa, ostentando a força de que o povo unido lutando junto tem a força de um tigre que luta por seu alimento.
     
Hoje o Egito está sob o comando de um Conselho das Forças Armadas que deve organizar eleições em setembro, para enfim, o povo votar e escolher um presidente por via democrática.
        
Parabéns povo egípcio por essa vitória.

                             
                               Assistimos a uma revolução sem líderes no Egito                                                          
      
                                                                                                               por Arnaldo Jabor
        O mundo continua celebrar a queda do ditador Hosni Mubarak do Egito. Assistimos uma revolução ao vivo, on-line, onde estavam os comandantes? Não havia Lênnis nem Guevaras assistimos uma revolução sem lideres, o desejo de mudança saiu de dentro dos corpos da alma da população e este é um momento histórico novíssimo, os fatos se aceleram a consciência política viaja na velocidade da luz a informação instantânea global da internet substituiu lideres de massas os povos dominados por ditaduras ou teocracia vêem o invejável progresso cultural do ocidente e querem mudar também.
        
        Agora depois do êxito do encantamento vira a realidade, o que ira fazer o exército egípcio que recebe bilhões de dólares do usa há décadas, criando uma elite militar banhada em ouro? Será que entregaram o poder normalmente a uma união civil vitoriosa? E os revolucionários organizaram os seus desejos em plataformas políticas coerentes democráticas e possíveis?  Fala-se muito no modelo da Turquia para o Egito, mas lá a secularização do país custou vinte anos, estamos no começo, mas já sabemos que é possível sim! Uma população mudar a própria vida contra tiranias.
         
         Cada vez mais diminui o abismo entre estado e sociedade, a democracia é conseqüência da informação e virou hoje em dia quase que uma necessidade de mercado, mas esse espetáculo de beleza vitoriosa será inesquecível e influenciará não só no oriente médio, mas talvez no mundo inteiro.




Abraços...

11 de fevereiro de 2011

É muito paletó


Há alguns meses tinha uma formatura de um amigo para eu ir e cansando daquele velho traje de todos os casamentos e formaturas, resolvi verificar o preço de um terno novo, fui a alguns lugares de pessoas de classe media e o mais caro foi cerca de R$ 300 reais juntando uma gravata e uma camisa nova pra da uma variada saia por R$ 360 reais e fiquei bonitão com o traje, enfim nem comprei.

Mas o que isso importa pra alguém que entra pra ler esse blog... Nada né? Importa sim! Eu fico louco de raiva quando vejo um vereador receber a pequena contribuição mensal de R$ 9 mil reais por mês pra comprar um paletó de R$ 360 reais, já acharia um absurdo tirar essa quantia para seu próprio beneficio imagina R$ 9 mil reais. Tudo bem que tem todo aquele decoro de que o parlamentar tem que está vestido a caráter durante as sessões da camara, mas não é obrigado estar usando Armani, Lacoste, ou seja, lá o que for de mais caro e sim um terno, uma gravata, pode ser um da c&a e isso eu garanto que não custa R$ 9 mil.

Não sou muito bom de contas, mas fiz um levantamento aqui e obtive resultados não satisfatório, R$ 9 mil por mês pra cada um dos 21 vereadores custaria por mês aos cofres da prefeitura R$ 189 mil ao mês; em quatro anos custariam R$ 9072000 milhões, é muito terno em quatro anos, isso me faz ate pensar em largar a ciências sociais e fazer moda, colocarei um ateliê de paletó e to feito na vida.

O que mais me entristece é que muitas escolas da prefeitura é um caos, os postos de saúde da cidade sem médicos, o mercado central da cidade os ratos junto aos vendedores, uma chuva de meia hora inunda a cidade, as principais avenidas da cidade nos horários de pico é um carma, mas é melhor investir R$ 9072000 milhões em paletó do que em alguns destes problemas públicos acima mencionados e os gringos ainda dizem “a Brazil é muita legal!”


Abraços...

Publico e privado

Nessa onda de vereador ganhar R$ 9 mil reais por mês de auxilio paletó encontrei um artigo de jornal que mostra esse descaso dos políticos com o que é publico! Hà uma troca entre publico e privado ou seja o dinheiro publico usado para garantias do que é privado, no caso aqui PALETÓ.

Detalhe que esse artigo é de 1998.


Auxílio paletó

                                                                                        por José Pastore

Depois de uma dura negociação com os empresários da FIESP, os trabalhadores metalúrgicos conseguiram incluir na cesta básica 12 camisinhas. Numa época de tanta AIDS, os negociadores consideraram os preservativos como itens de primeira necessidade que, comprados no atacado, custam apenas R$ 3.
Perguntado sobre por que 12 - e não 10 ou 14 - Vicentinho disse que, segundo as estimativas da CUT, os metalúrgicos de São Paulo "transam" três vezes por semana, em média...
Na mesma semana, o País ficou sabendo que o Superior Tribunal de Justiça concede aos seus funcionários o "auxílio paletó". Trata-se de uma ajuda de custo para garantir o decoro no vestir e que varia de R$ 1.300 a R$ 2.059 por mês.
As diferenças entre a camisinha dos metalúrgicos e o paletó do judiciário são imensas. A mais gritante, obviamente, é a do preço - R$ 3 vs. R$ 2.059! Mas há outras.
A camisinha veste o artista uma só vez. Terminado o espetáculo, ela tem de ser descartada, não havendo tintureiro capaz de recuperá-la. Um paletó bem tratado, convenhamos, dura anos, podendo vestir o protagonista durante várias temporadas e nas mais diversas ocasiões, desde o trabalho até o casamento.
Uma outra diferença é que, no caso dos metalúrgicos o benefício é dado em espécie enquanto que no dos servidores é em dinheiro.
Mais uma diferença: para incluir as camisinhas na cesta básica, os pagadores (empresários) tiveram de ser convencidos de sua utilidade através de um processo de negociação. No caso do STJ, não me consta que o Presidente daquela Corte tenha consultado os contribuintes que pagam o benefício.
Se tivesse sido consultado, você concordaria em pagar R$ 2.059 para cada funcionário comprar 10 ternos por mês? Duvido que as lojas de Brasília tenham capacidade de fornecer 10 mil ternos todos os meses para os 1.000 funcionários do STJ.
Deixando a brincadeira de lado, o episódio ilustra a diferença entre o sistema negocial e o sistema estatutário no campo trabalhista. No primeiro, há pouca lei e muita negociação. No segundo, há muita lei e pouca negociação. Esse é o nosso caso. Temos um sistema legal que se preocupa em assegurar os resultados do jogo, quando o mundo moderno busca sistemas que garantam as regras do jogo.
Quando se garante apenas as regras, o resultado passa a depender dos jogadores. Durante o jogo (negociação), eles vão conquistar e ceder, acomodando os desejos com as possibilidades, de forma realista. O acordo é o encontro do ponto ótimo para as partes.
No sistema estatutário, os resultados são estabelecidos independentemente da realidade, como se as coisas do mercado pudessem ser inteiramente resolvidas pelas leis, e não pelas partes.
No Brasil, a Constituição e a CLT se preocupam só com os resultados, e não com o jogo. Nelas estão estabelecidos, por exemplo, o valor da hora-extra, do abono de férias, do aviso-prévio, assim como a extensão da jornada, das férias, das licenças e inúmeros outros resultados que, nos países modernos, são objeto de negociação e não de legislação.
A superproteção garantida por lei ou pela decisão unilateral dos superiores desemboca em rigidez e iniquidades, como é o caso do auxílio paletó do STJ que custa aos cofres públicos R$ 15 milhões anuais, enquanto a maioria dos trabalhadores brasileiros, depois de 35 anos de trabalho se aposenta com R$ 130 mensais.
Analise o caso friamente e responda: Você que é contribuinte e faz parte do jogo do qual estou falando, acha que o Brasil terá de evoluir em direção do auxílio paletó, fixado unilateralmente pelo Presidente do STJ, ou do auxílio camisinha, como foi negociado entre empregados e empregadores?


Abraços...

10 de fevereiro de 2011

O mito do amor materno

                                                                                                                                        por: Eliana Riberti Nazareth


Em “Um amor conquistado – o mito do amor materno”, Elizabeth Badinter nos mostra de maneira muito clara que o amor materno inato é um mito. Não é “dado”, mas sim, como deixa antever o título da obra, “conquistado”.

Porém, acreditamos em nosso imaginário que tal amor seja algo natural. Algo que nasce com as mulheres, verdadeiro apanágio feminino. Fala-se até de “instinto materno”. E coitadas daquelas que não o têm! Sofrem certo preconceito, pois falta-lhes qualquer coisa de fundamental!

Essa convicção se dá basicamente por duas razões.
A primeira é devido à imposição feita pela cultura, responsável pelo desenvolvimento do modelo de amor materno conhecido atualmente e com o qual temos convivido desde o século XIX.
A segunda, em uma relação de causalidade circular com a anterior, deve-se à necessidade de se idealizar a relação mãe-filho, idealização que obedece ao desejo de união perfeita, fantasia de completude que protege o indivíduo das ansiedades e medos mais primitivos de separação, abandono e perda.

Desse modo, a mãe é concebida como alguém puro a quem são atribuídos apenas sentimentos nobres de acolhimento, abrigo e continência no que diz respeito a sua cria. A criança é vista como um ser que se satisfaz total e plenamente com uma relação funcional com ela satisfazendo-a do mesmo modo. (Um exemplo do valor dado à tão sonhada relação, são as expressões artísticas cristãs que retratam sempre a Madona olhando o Menino Jesus com enlevo e este, por sua vez, retribuindo com adoração).

O caráter ambivalente e contraditório desse modelo de vínculo que reúne sentimentos de aprisionamento e possibilidade de individuação será enfrentado só bem mais tarde na vida, com a entrada do terceiro na relação diádica composta por mãe e filho, cujo primeiro representante e protótipo para os demais é o pai.

Contudo, o amor materno como o conhecemos atualmente, é aquisição bem recente. Os estudos trazidos por Badinter nos fazem ver que nem sempre foi assim. A mãe tinha mais uma função biológica que afetiva, ficando as crianças ao cargo de amas-de-leite que lhes garantiam a sobrevivência física, o suporte emocional e humanização.

A crença do amor materno instintivo, imaculado e incondicional terá importantes conseqüências no exercício da convivência entre pais e filhos, na visão de guarda e na dificuldade que se observa quando se apresentam modificações nos parâmetros de convívio estabelecidos como “naturais e corretos”, como veremos mais adiante.

Todo afeto para se dar precisa de proximidade física e emocional. Deve ser conquistado com e na convivência. É na intimidade das relações construídas no cotidiano que germina, cresce e frutifica.
E o amor materno não foge a essa regra. Não é decorrente, como se crê, da ação de algum instinto. É afeição que, como qualquer outra, necessita de reciprocidade desenvolvida em um relacionamento estreito e contínuo que assegure confiança e familiaridade aos que dele se nutrem.

Se o amor não é dado, não está garantido de antemão, não é fruto de geração espontânea, mas ao contrário, demanda empenho, cuidado e investimento dos que integram uma relação amorosa qualquer que seja ela – entre mãe e filho, entre amantes, ou entre amigos –, por qual motivo vê-se ainda com tantas reservas a atribuição da guarda dos filhos ao pai quando de uma separação conjugal? Talvez devido ao preconceito, medo de contrariar a prática usual, ou mesmo desinformação...
As noções que temos de como as funções e papéis sociais devam ser exercidos é resultado do que Pichón-Rivière (1985) denominou de representação da norma social designada. “[...] um imaginário social dado por idéias, imagens e estereótipos, isto é, representações simbólicas compartilhadas [...] com certa homogeneidade pelas pessoas da época histórica de que se trata”.

Devido à ação desses núcleos de significados imaginários que funcionam como lentes ou crivos de decodificação de comportamentos, alterar a visão de mundo e dos valores sobre os quais assentam as experiências, demanda um tremendo esforço e provoca desconforto não só naqueles que ousam mudar, mas também nos que os cercam.

Esse legado inconsciente e o mito do amor materno são em grande parte responsáveis por um lado, pelas mães que “deixam” a guarda para o pai, ou perdem a guarda sentirem-se, ou serem vistas como mães incompetentes, abandonantes e más e, por outro, os pais que reclamam a guarda, ou a “tiram” das mães sentirem-se, ou serem vistos como indivíduos cruéis e desumanos.

Ora, os atributos de afeto antes referidos não são prerrogativas do amor materno. Não estão adstritos a ele.
O amor paterno também é semeado, alimentado e aprendido no trato diário com os filhos. Nas oscilações da convivência, em meio à ambivalência, é construído e sustentado. Nada difere em possibilidade, da magnitude do amor materno.
Considerar que ambos os “amores” sejam conquistados, portanto legítimos e de igual qualidade não equivale a dizer que não haja diferenças entre eles. Afeto e função maternos e paternos têm suas especificidades por mais difícil que seja estabelecer distinções atualmente.

O que a criança precisa é de quem a olhe e veja como alguém de importância emocional, para nessa mirada poder reconhecer-se como alguém merecedor de amor e “amável”.
A cultura tem protegido as mulheres dando-lhes apoio, guarnecendo-as de modelos e ensinando-as a ser mães. O mesmo não tem se dado em relação ao pai. Abastecê-lo de modelos de paternidade próxima e emocionalmente responsável é desafio para todos nós, homens e mulheres.



Abraços...